domingo, maio 04, 2008

Orações

As orações acompanhum as horas do dia. Aquilo que nelas se dize e a maneira cmum são ditas falum mais do pobo do que qualquer libro.

Há horas para as orações. Este Pai-Nosso pequenino era dito ao meio-dia (mêo-dia / mei-dia). À tarde e à noite eram outras formas e/ou orações. Todas estas forum-me ensinadas por minha mãe que já está no Céu. Hoje disse esta a pensar nela


PAI-NOSSO PEQUENINO

(Meio-dia)

Pai-nosso pequenino
por o monte bai rugindo
co'as chabes do Paraíso
quem nas dou que nas dera
Santa Maria Madalena
cruz no monte
cruz na fonte
que o diabo num me encontre
nim de noite nim de dia
nim à hora do mei-dia.

À honra de Deus e da Birgem Maria
um Padre-nosso e ũa Abé Maria


OUTRO PAI-NOSSO PEQUENINO

(tarde)

Pai-nosso pequenino
Quando Deus era menino
Pôs os pés no sou altar
O sanguinho a pingar
Tate, tate, Madalêna
Num mos chegues a limpar
Êstas erum as cinco chagas
Que Deus tinha que passar.

___
São ligeiríssimas as diferenças em relação àquele que o Jofre escreveu no comentário à oração anterior

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5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ao ler estas coisas sinto-me regressado a um passado longínco-o, que não era (religioso)nem saudável, mas sim de atraso, social e cultural, do qual ainda hoje estamos a sofrer as concequências.
Este Pai Nosso pequenino, ao referir "que o diabo num me encontre" revela mais medo do diabo, do que fé em Deus, e aquí nasce a minha divergência, que logo é sanada pela lemrança de uma miga mais idosa que uma vez me disse:_sr.José Mananuel a religião não se discute;- aceita-se ou não se aceita, e por aquí me fico minha amiga.
Um abraço
Manangão

1:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Desculpe amiga, mas a (lemrança) é Lembrança e o (Mananuel)é Manuel
Abraço
Manangão

2:02 da tarde  
Blogger MPS said...

Caro Manangão

Fé nunca foi sinónimo de atraso.

Talvez porque goste pouco de topar com o diabo (embora dê de caras com ele todos os dias) é que continuo a rezar este e outros pai-nossos. O seu passado longínquo, parece, é o meu dia-a-dia.

Um abraço

4:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

No Minho são incontáveis as versões de aldeia para aldeia do Padre Nosso Pequenino, que nos chegaram do confim da memória. Eis aqui um exemplo:

Padre Nosso Pequenino,
Quando deus era menino
Pôs o pé no seu altar,
O sanguinnho a pingar.

Tem-te, tem-te, Madalena,
Não no queiras alimpar,
Que estas são as cinco chagas
Que o Senhor tem p’ra passar.

Aqui, neste seu rincão, até os meus olhos de recolector das antigas tradições orais sorriem de mavioso prazer. Uma delícia de fazer lamber os dedos, a um glutão por estas parcelas de saber ancestral.

4:06 da tarde  
Blogger MPS said...

Meu caro Jofre

A versão que apresenta também é rezada nas terras de Bragança. Linda, como todas as outras. Ainda tenho mais para publicar, ensinadas por minha mãe. Esta sua terá honras próprias, como as outras.

Bem-haja pelas suas palavras que são um incentivo a que prossiga com este trabalho.

Um abraço

2:11 da tarde  

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