"Outra adição nos acude"
Outra adição nos acude é verso de Mestre Gil no auto de Todo o Mundo e Ninguém.
A adiçã no Brègancês continua a ter a mesma origem e é a seguinte:
Alorpado: homem grosseiro, insensível à realidade; que diz insanidades
Arroucho: pau grosso
Bandulho: (pej.) Barriga grande
Bosta: excremento dos bovinos
Bubela: Ave que se reconhece pela poupa no alto da cabeça e pelo cheiro desagradável que emana (cheiras mal c'm'ua bubela). V. Boubela
Chincalhão: jogo de cartas
Empontar: expulsar, afastar, pôr de lado. V. Impuntar
Esbergalhar: envergonhar
Esplanchar: atirar à cara, expor de forma brusca
Galelo: uva pequena ou esgalha da uva
Garbanço: grão-de-bico. V. Erbanço
Guilho: pau curto para apertar e suster os nós das cordas
Jarolda: vadiagem
Lareiro: pau comprido
Pancrácio: brincalhão, gozador
Pangaio: vaidoso, presumido
Saraquiteiro: garoto que não pára quieto, pantomineiro. O m. que saraquito
Sentalho: assento, banco
Traquitana: tralha
Zambrana: espécie de casacão
Nota: as remissões são para entradas pré-existentes, constituindo-se como variantes possíveis.
A adiçã no Brègancês continua a ter a mesma origem e é a seguinte:
Alorpado: homem grosseiro, insensível à realidade; que diz insanidades
Arroucho: pau grosso
Bandulho: (pej.) Barriga grande
Bosta: excremento dos bovinos
Bubela: Ave que se reconhece pela poupa no alto da cabeça e pelo cheiro desagradável que emana (cheiras mal c'm'ua bubela). V. Boubela
Chincalhão: jogo de cartas
Empontar: expulsar, afastar, pôr de lado. V. Impuntar
Esbergalhar: envergonhar
Esplanchar: atirar à cara, expor de forma brusca
Galelo: uva pequena ou esgalha da uva
Garbanço: grão-de-bico. V. Erbanço
Guilho: pau curto para apertar e suster os nós das cordas
Jarolda: vadiagem
Lareiro: pau comprido
Pancrácio: brincalhão, gozador
Pangaio: vaidoso, presumido
Saraquiteiro: garoto que não pára quieto, pantomineiro. O m. que saraquito
Sentalho: assento, banco
Traquitana: tralha
Zambrana: espécie de casacão
Nota: as remissões são para entradas pré-existentes, constituindo-se como variantes possíveis.
4 Comments:
Já andei por aqui diversas vezes, sempre de fugida, porquanto a semana foi de madrugadas intensas de trabalho, a fim de aprontar um projecto que entreguei à Câmara Municipal de Paredes de Coura e a alguns jornais, par se comemorar os 50 anos de “A Casa Grande de Romarigães”.
Vinha lampeiro espionar, e ficava embevecido e satisfeito. Amanhã, isto é, logo, depois de dormir um sonhinho, que esta carcaça pouco dormita, voltarei aqui, pausadamente, pois este blogue é como o “Amor de Perdição”, digo eu que sou camiliano.
Jofre
Haverá elogio maior do que este? Mas é a sua gentileza a falar em tão hiperbólica comparação!
Quanto ao Camilo, nunca obra nenhuma de ninguém me fez rir tanto como "A Queda de um Anjo"! E quando quero explicar aos meus alunos como funcionava o sistema prisional do séc. XIX sirvo-me fartamente das "Memórias do Cárcere". Pessoalmente, quando tenho dúvidas na construção de alguma frase ou na utilização de alguma palavra, é a Camilo e a Vieira que recorro. São os meus anjos da guarda!
Um abraço
(Mas será que só eu é que fico intratável se não dormir as oito horinhas diárias?)
Estimada MPS:
Não por imperativo, mas por prazer, cá estou.
“Alopardo” não existe no Minho, enquanto que “arrocho”, com variantes regionais é quase generalizado de Norte a Sul.
A minha mulher jura que em Carvalho de Egas, freguesia donde é natural em Vila Flor, “arrocho” é somente «pau curvo que se mete entre as cordas, fazendo circulares para ajustar as cargas em cima dos animais», mas no Minho, para além desse sentido, também significa um pau, mas também um pau que se usa para espancar um indivíduo, diferente que seja do varapau, logo mais curto, mais tosco. Daí, “arrochada”.
De “bandulho” cheio também andam os minhotos, assim como a “bosta”, que a minha Santa Avó usavam (bosta seca e não barro) para tapar a porta do forno, porquanto dizia e acreditava que desse modo o pão cozia melhor, conforme a experiência milenar. Era verdade, porque jamais comi pão tão bom, ou hoje já não sabem fazê-lo....
Da família de «bosta» temos imensos topónimos, formados a partir do arcaico «busto», para designar uma manada de vacas, portanto, uma toponímia pastoril, como Bustarenga, Bustelinho, Bustelo, etc.
“Bubela”, para além da poupa, a ave, diz a minha mulher que em Vila Flor significa «andar com a cabeça no ar; tolo», o que faz sentido metafórico com a ave, embora pronunciem “boubela”, mas isso é do seu conhecimento, claro. Foneticamente próximo, “bobela” é uma ferida pequena, que tem formação correcta a partir de “buba”, “bouba”, uma designação medieva para ferida, com o diminutivo medieval –ella.
No Minho também costumamos “impontar” (mas não “empontar”), pois o fonema nasal inicial tem prolação ĩ, im, in, mas também pela incorporação dum prefixo considerado mais enérgico, como impendurar (pendurar), imparar (amparar), etc.
“Esbergalhar”, é de facto interessante de todo, usado no Minho com o sentido de «bater, fustigar», onde inúmeros vocábulos foram acrescentados com o prefixo es-, foneticamente indicativo de reforço, como esbordar (trasbordar), escupir (cuspir), esgomitar (vomitar), etc.
“Galelo”, com sentido parecido também se usou por cá noutras eras.
“Grabanço” era, no Minho, um instrumento de trabalho agrícola, mas grão-de-bico em Trás-os-Montes.
Não tenho memória nenhuma, nem apontamentos onde conste “jarolda”, certamente provincianismo transmontano puro.
“Lareiro” no sentido em que usa é certamente expressão transmontana, mas no Minho «estar ao lareiro», era, simplesmente estar ao calor da lareira.
“Pancrácio” e “pangaio” também cá usam, aquele mais com sentido pejorativo de «simplório, idiota», e “pangaio” para figurar um «jovem calaceiro, madraço».
“Saraquito” nunca usamos no Minho, embora se utiliza-se “saraquitar”, para dar a ideia de «andar de um lado para o outro».
“Traquitana” temos por cá com o mesmo significado, mas não “zambrana”.
Deixo mais alguns regionalismos transmontanos:
Bedeira: alcoviteira; aquela que anda de casa em casa.
Beldro: uma planta que em Vila Flor punham no caldo verde.
Bobela: pequena ferida.
Cabaço: cesto feito de arame, que se coloca no focinho dos animais para os impedir de roer as plantas: «põe o cabaço ao burro e bamos labrar».
Cabeçalho: peça em couro que se coloca na cabeça dos animais, a fim de se colocar a trela e demais arreios: «cabeção é do padre, cabeçalho é dos animais».
Caçapado: agachado; baixo; escondido.
Caçapelho: criança que cresce pouco.
Jarundar: desancar; bater com um pau.
Jarundo: cacete, pau.
Lambaças: comilão.
Lambitão: guloso; lambão.
Lampedo: relâmpago; clarão.
Troçal: cordão feito de fios.
Troques: estalidos com os dedos.
Zarelho: pessoa travessa; pessoa intrometida; traquinas.
Um pequeno aparte; hoje, dias dedicado a Aquilino em dois dos meus blogues (COURA: magazine – FOTO e COURA: magazine), com a publicação duma rara fotografia dos pais de Aquilino Ribeiro.
Por ora, chega, hora da deita, às 7 horas da matina.
Passei para agradecer os simpáticos comentários que tão amavelmente deixou nos meus blogues, e não resisti em dar mais uma espreitadela aqui, embora rápida, mas o prazer de o fazer não tem limites.
Já há dias deixei um observação no artigo anterior e com mais alguns contributos para o seu interessante dicionário.
Novas entradas VILA FLOR em FLOR desde o dia 5, e as seguintes nos dias 10, 15, 20 e 25, a propósito de “transmontanês”, como diz o meu filho. E no COURA: Magazine e COURA: magazine – FOTO, no domingo, dedicado a Aquilino Ribeiro, com as minhas desculpas por estas chamadas.
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